ex-istencialismo
Meu ser, em finito, reclama,
troca de pele e de pretexto.
Pra não ser o mesmo de ontem,
hoje sou um deus do avesso
que declara guerra à calmaria.
Amanhã sou Sade preso
no corpo de virgem Maria.
Sou uma vertigem,
uma lembrança,
que não sei se aconteceu.
Sou a memória que desvaneceu.
E por esquecer, pergunto
Quem sou eu?
Confesso,
não sei se quero saber
Quão banal e até intragável
Essa vontade de ser
Sou uma história
Esquecida há séculos,
Todos são música
E eu, sou todo ecos.