MEU CANTO

meu canto

não atravessa o saara

nem sara

a crua ferida do seu coração

meu canto

é feito de dor e espanto

é fanho

é escravo de ganho

que não aprisiona nenhum pão

meu canto

não paralisa o tráfego

não levanta paralítico

de sua cadeira de rodas

não converte nenhum político

nem transforma água em vinha

meu canto

é só uma candeia

aliada do breu

meu canto

é uma flor que tateia

a imensidão

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 15/08/2013
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