Réplicas

Euna Britto de Oliveira

Site de Poesia: www.euna.com.br

De repente,

Um amor pela China,

Suas estepes

E uma menina...

A China, onde há gente como grãos de arroz,

Pode até ter sido amarga,

Mas é larga, distante,

Desconhecida,

Com sua grande muralha,

Sua cultura milenar...

Uma mulher gorda com uma fazenda mínima

E suas galinhas

Que falam a mesma linguagem das minhas...

Que mistérios há na China?

Tudo que ninguém me ensina.

Ontem, vi um castelo normando

Construído no Brasil

E gostei!

Está à venda,

Suas obras de arte irão para leilão

À parte.

Quem comprar o castelo

Deveria comprar tudo,

Para não descaracterizá-lo...

Eu não compraria o castelo,

Mesmo se pudesse.

Só queria vê-lo, visitá-lo...

As belezas que vejo,

Suas réplicas ficam sendo minhas,

Impressas no arquivo da memória – sou boa em abstrações!

Não precisaria limpar o castelo, nem retocá-lo,

Nem gastar com manutenção,

Nem ter responsabilidade com criadagem...

Ele apenas refulgiria, de vez em quando,

Quando eu o evocasse,

Para me dar euforia

Ou talvez até nostalgia...

Trocam-se os donos e o castelo fica...

Às vezes, ficam os donos

E o castelo não se edifica,

Não se reedifica.

Manias do homens...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 09/04/2007
Código do texto: T442699