Odio e Amor*

Apostaram certo dia

Odio e Amor quem mataria

Mais e melhor.

Saem como para a guerra

Armados, de olhar que aterra

O Odio, de um sorriso o Amor.

O Amor quasi de improviso

Vae matando com o sorriso

Caindo vão.

Morto aos seus pés o nobre,

O plebeu, o rico e o pobre,

O infante, o ancião...

O Odio, com aspecto sanhudo,

Faz fugir, foge-lhe tudo;

Aquém, além,

Toda gente corre e o evita

E desesperada grita,

Olhando atraz: o Odio ahi vem!

Resultado: o Amor com um leve

Sorriso – e arma assim tão breve

Só lhe bastou –

Matou mil. O Odio, entretanto,

Com furor feroz e espanto,

Nenhum matou.

* Grafia original

Alberto de Oliveira
Enviado por Vitor S em 01/08/2013
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