DIAS ÚLTIMOS

Quem disse que aquele olhar silente era mudo?

Ele falou

Na umidade de suas lágrimas poucas

De seu profundo olhar

Perdido naquela noite

Na mesa do bar.

Seus anos muitos

Suas rugas tão várias

E os cabelos poucos, ralos

Brancos

Misturavam-se à solidão de um copo

E de uma mesa vazia

Ao redor de outros

Tantos.

Foram-se as pessoas

Ficou a lua

E ele ali ainda

Sentado

Parado

Olhante.

Bar fechado

Vazia rua como su’alma

Rumo à casa sombria

Esperando último dia

Ele pensante

Caminhante.

LUCAS FERREIRA MG
Enviado por LUCAS FERREIRA MG em 29/07/2013
Código do texto: T4410491
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