fé na vida

toda

nela, a cidade

é terna e segura

minhas

lembranças

são ágoras a ceu aberto

nela, o corpo cinéreo, a som

que acende as plantas

as sementes,

e molha minha língua de doçura

curva e erva,

o seio que tambor

mata minha saudade

e minha casa é serena

e é grande a minha fé na vida

sinto que sou

da terra, da minha terra de

barro, de cercados e cheiro

de lenha verde, e do seu olhar

bento e férreo, suspira o canto

de uma tempo que não morre