Tempestade

Te entrega ao fogo que te fere

Ninguém viu teu lado herói

Nem esse deus verme

É tudo em vão

Tudo te dói

O toque ácido da solidão

Não nos corrói

Será que esse espírito libertino

Erra ao ceder às cismas do destino?

A lágrima deságua tempestuosa

Mar e peito a dentro

Pela incerteza dos meus acertos,

Pra matar a sede desse ser deserto.

Que voz é essa a gemer concerto?

Não sei, ao certo.

Queria poder, o silêncio, plagiar.

Talvez aqui seja só o céu

Ou inferno, de outro lugar