Acalanto para a Dor
Hoje guardo os poemas que te fiz
Recolho as rimas, as palavras loucas
Os versos amarrotados, amontôo
Hoje desejo o inexprimível
Acariciar o nada, sentir o vazio
Alhear-me de qualquer lamento
Hoje prefiro a imprecisão, o disfarce
Asfixiem os tolos suspiros e murmúrios
Ou qualquer voz que fale de saudade
Hoje embrulho a ilusão, a espera
Engaveto os delírios e quimeras
Lavo-me dos cheiros das promessas
Hoje não me falem de poesia
Emudeçam o sol, vigiem a lua
Silêncio! Minha dor quer apenas dormir...
Fernanda Guimarães
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