Sonhos
Tudo se rebelará;
A Mortalidade sairá como uma serpente
Das espumas negras do Abismo
E penetrará na luz sangrando a Eternidade,
Uma rubra rosa desabrochando no seio do sol
Destilando um pólen de luz escarlate
A toldar as veias dos Humanos;
Estuporados de Vida, entraremos
Naquele estado de langor pós orgasmo,
Ébrios então, nos despiremos
Das máscaras da moral, feitas para esconder
O Despudor de nossa face,
Um súbito desespero nos tomará conta
Por não termos mais como fugir
De nossa Fatal Indecência,
A Castidade da Paz será vencida
E assassinaremos a Vergonha e a Culpa,
A Liberdade estará ultrapassada,
O Licor da Compaixão será servido
No mesmo copo da Crueldade,
A contemplação de Belezas Disformes
Queimará o Olho do Julgamento,
As doenças serão curadas pela Intensidade,
Nos sepultaremos no seio de quem amamos
Para renascer nos olhos de quem nos ama,
Os Sonhos serão Extintos!