O prisioneiro
Prisioneiro de qual prisão
Quem sob o véu da ilusão
Não vislumbra os caminhos
E segue tateando, carinhos
No solo duro sem retribuição
A não ser quedas e confusão
Prisioneiro de qual destino
Entregando-se ao desatino
Como se com isso libertasse
Dos grilhões da repetida face
Que insiste-se no ser repentino
Quebrando acordos, clandestino
Prisioneiro, qual seu crime
Qual a força que te oprime
Na repetida cela te encerra
Qual peso ou pecado soterra
Sem ser conhecido te reprime
Contra-corte de sabre sem esgrime
Prisioneiro, qual a sua liberdade
Todo o perguntado antes é só vaidade
Só o que te importa é a esperança de sair
Só o que te move é o que pode fazer conseguir
Ir para fora da prisão que traz a atroz infelicidade
Atravessar para além das barras dessa vaga realidade.