TANTAS VEZES
(Sócrates Di Lima)
Tantas vezes eu te odiei,
Tantas vezes eu te amei,
tantas vezes eu te quis,
Quantas vezes te refiz.
Tantas vezes viestes,
Em meio as minhas madrugadas,
Quantas vezes quisestes,
Pegar-me em devaneios nas calçadas.
Tantas vezes viestes com a Lua,
E muitas vezes chegastes em Sol poente,
Tantas vezes vistes minha alma nua,
Tomando-a de súbito tão carente.
Tantas vezes viestes com a chuva,
Em todas as estações,
Quantas vezes me pegastes na curva,
Das minhas divagações.
Quantas vezes lágrimas trouxeste-me,
Quantos risos me irradiastes,
Quantas vezes abraçaste-me,
Outras tantas me abandonastes.
Quantas vezes deixaste-me triste,
Outras tantas em contentamento,
Quantas vezes insististe,
Em confundir meu pensamento.
Ah! Esta ambiguidade,
Que periodicamente me invade,
És tu, senhora de tantas vontades,
Dona de todos os tempos, és tu senhora saudade.