INVEJA

Importa que eu tenha perdido a inspiração

A quem?

Nunca leram os meus versos

Nem sabem daquilo que sei

Ou do que não sei

Nunca me ligaram, disseram-me bom dia,

Nunca me acharam genial.

Jamais interessará a quem de princípio for

A quem escrúpulos exibir

Ou a quem tiver alguma vontade impossível

Que eu tenha – ou perca – a inspiração.

E daí que nunca a tive?

A quem importa?

A quem importa serei eu grande, gigante, total...?

A quem importa serei eu sempre, eterno, onipresente?

A quem me importo?

Fosse o humano uma isenção de notícias, diria eu que estou morto.