Cabeça de porco.

Rio, 20.05.09.

Cabeça de porco.

Fogo cruzado, bala perdida;

corpo estirado, vida bandida;

O engajamento de alguns,

a omissão de outros tantos.

Opulência e sorrisos,

miséria e prantos

e no rádio a noticia:

"Mais uma dúzia de cadáveres

produzida no confronto."

Pra quem ainda se sensibiliza:

Nó na garganta,

aflição que se agiganta.

Diante da violência

a pergunta que vem a mente

instantaneamente é:

"Qual será a solução?"

A resposta nos prostra

Diante da triste conclusão

de que por mais que se faça

não tem jeito não.

E entre mortos e feridos...

ouvi-se gemidos...

um choro rompe o silêncio,

acaba de nascer mais

uma criança.

E a gente se pergunta

se tem o direito de

perder a esperança.

Clayton Marcio.