QUASE ETERNO
QUASE ETERNO Set. 2009
Vendo o tempo ir-se, aos poucos, embora.
Sem que possa, quanto a isso, fazer algo.
Ontem a menina traquina, hoje a senhora.
O maloqueiro de ontem, hoje o fidalgo.
As mudanças ocorrem com ou sem
A concordância daqueles a quem atinge.
Todos mudam... Tudo muda, mesmo quem
Faz de conta que não muda e... Finge!
Sem ser rei, usurpar do tempo, o trono.
Fingir que não mudou... Driblar o tempo.
Ser imutável, ludibriar Cronos...
Agarrar com todo o ímpeto o momento.
Marcar, na vida, um tempo bem distante.
Ter como meta acompanhar a todos, um dia.
Sem que para si chegue este instante.
Mas se impossível evitar este flagrante
Que não pranteiem o peleador errante
Que encara o fim com fidalguia!