RELICÁRIO
Cada sílaba pulsa na palavra,
no coração da orgia transcendente
das letras na seleta de um repente,
espreitando a retina fumegante,
no murmúrio que tange a fuligem
na vertigem que corrói cada instante.
Uma a uma em um esforço coletivo
se agrupando de modo aleatório,
dá- se o caos sem nenhum objetivo,
o efêmero eterno contingente,
culminando no modo transitório,
explicando e complicando muita gente.
Valendo-se então do relicário,
faz-se o sábio senhor da sutileza,
rebuscando no findo dicionário
a infinda magia e a incerteza,
no agrupamento de letra e palavras
faz surgir na mente o discernimento
que nos faz entender toda a beleza
que abrilhanta e ornamenta o firmamento.
Saulo Campos - Itabira MG