tarde de domingo
o barco ancorado
filhos correndo
minha alma no telhado do tempo

nas nuvens escorregavam
todos meus sonhos 
brincavam de esconder
de novo e de novo


eu , de cabra cega
rodava feito uma  menina
ao vento geladinho 
as gotículas de chuva
e os cheiros misturados
saídos dos restaurantes
fresquinhos'

ah, eu
quero comer os ventos
dessa tarde domingueira
desse pedaço de mar
céu pesado
céu passado
céu  lutar

sou dos dias,
das tardes e noites
sou do silencio barulhento
das musicas internacionais
sou românticamente  racional

sou um verso
um abrigo
um mundo antigo
um fragmento de mim
sou um fim
um desejo
um parapeito 
um caminho estreito
um querubim

ah, eu sou um misterio
um banco salgado
um brinco quebrado
que acabou de cair

não sou  de alguem
sou  do infinito

nessa tarde de domingo
nesse ar refrigerado
universal...

e a realidade me grita
ao restaurante  me chamam
enquanto minha fome
é da natureza crua

despeço-me,

e sigo...
alguns degraus

a cena muda

quanta criança, rss

meus netos

meus filhos

minhas noras,

MEUS AMORES,

e ainda sinto meu peito pulsando,

transbordando de sonhos....



olguinha costa
Enviado por olguinha costa em 24/06/2013
Reeditado em 24/06/2013
Código do texto: T4356912
Classificação de conteúdo: seguro
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