Caminhos Abstratos do Verbo Amar
Quebrei o espelho do tempo
Cortei com os cacos o rosto
Com o rubro sangue do desgosto
limpei o orvalho do chorar
Segui pelos estradas
obtusas da vida
A dor não dei guarida
Machuquei folhas secas de
antigas feridas
Cruzei arcos de silêncios
Nas asas lépidas do vento
no véu do infinito tempo
o coração deixei voar!
Rasguei o sudário de antigos amores
Fiz uma guirlanda de flores
Adornei uma nova paixão
engravidei a ilusão
Pus os sonhos a dançar
A tristeza histérica a gargalhar
Nos braços febris da fantasia
esperei a primavera chegar
Como uma lúbrica bacante
Desejei um orgasmo inebriante
De joelho fiquei a suplicar
o gozo do corpo a se extasiar
Com a chave da castidade
abri o jardim da felicidade
Como nos épicos poemas percorri
os caminhos abstratos do verbo amar!!!!!!!!!
06/01/2005