DE VERMELHO VIVO E VINHO
De vermelho vivo e vinho
manchou-se meu apego de seda.
O pano que me passou suave
eriçando os belos pêlos
afasta-se inatingivelmente
como aquilo que não era seu
e se perdeu.
O céu sob meus pés
com a chuva perdeu as núvens.
caio. Instantaneamente caio.
E nesse buraco sem fundo
o vento que me bate e me agride
traz memórias dum futuro irreal
dum rubro que pinga
e borra a pureza da tinta que pinta.