quem sou eu
quem sou
nessa grama
nesse corpo
nesse amargo
,
nesse mar revolto
na beirada desse chão
quem sou eu
sabendo que sou louco
que sou torto e quase
morto
quem sou,
feito de nãos e pecados
e amado em desespero
quem sou quase nada
nessa madrugada
aculada de penuria e desejo
que esse rosto
que esse ano
que esse peito
que essa morte
tão linda morte me cheirando
me alisando como uma donzela
seu corpo, seu tamanho
essa noite negra e profunda
que na minha alma faz doce
e cavalos
quem sou eu,
nessa tarde que me doi como
quando matei aquele passarinho
que voava