REDE DE DEITAR

REDE DE DEITAR

AI QUE SAUDADES! DA MINHA REDE NA VARANDA DO MEU LAR.

QUE SAUDADES! DA CABOCLA, TÔ DOIDINHO PRA VOLTAR.

ASSIM O CABOCLO PENSAVA, PILOTANDO O PÔ, PÔ, PO.

ENFRENTANDO A MARESIA DA POROROCA NO DOCE MAR.

DIVISANDO O SEU BARRACO, BEM ALI NA DOBRANÇA DO RIO.

VIA A CABOCLA NO TRAPICHE, LÁ EM PÉ E APAIXONADA,

COM O NOVO VESTIDO DE CHITA, PARA COM ELE SE ENCONTRAR.

E DE TARDE, APÓS O ALMOÇO, COM AÇAÍ REFORÇADO,

SUA REDE ERA ESPICHADA NA VARANDA DO TUGÚRIO,

LINDOS SONHOS, ELE SONHAVA, EM TÃO GRANDE CALMARIA,

APRECIANDO AQUELA BRISA, QUE VINHA DA GUAJARÁ.

ANTES DA CHUVA CHEGAR, A CABOCLA LHE ACORDAVA

COM TAPIOCA E CAFÉ PARA A PREGUIÇA ESPANTAR,

DESATAVA A BALADEIRA, E UM CIGARRO PITAR.

NA BOQUINHA DA NOITE VENTA FORTE,

É SINAL QUE VAI CHOVER,

É SAÍDA DA LUA, NÃO TARDA A ESCURECER.

APÓS A ENXURRADA A LUA VEM BONITA

O BARRACO ILUMINAR COM SEUS RAIOS PRATEADOS,

PELAS FRESTAS A VAZAR,

A CABOCLA ENFEITADA, TA BONITA PRA DANAR,

ELE TODO ASSANHADO, TA DOIDINHO PRA AMAR,

A NOITE FOI PASSANDO, JÁ NÃO TARDA A CLAREAR,

OS CABOCLOS NAMORANDO APROVEITANDO O LUAR.

ACM Cavalcante
Enviado por ACM Cavalcante em 12/06/2013
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