REDE DE DEITAR
REDE DE DEITAR
AI QUE SAUDADES! DA MINHA REDE NA VARANDA DO MEU LAR.
QUE SAUDADES! DA CABOCLA, TÔ DOIDINHO PRA VOLTAR.
ASSIM O CABOCLO PENSAVA, PILOTANDO O PÔ, PÔ, PO.
ENFRENTANDO A MARESIA DA POROROCA NO DOCE MAR.
DIVISANDO O SEU BARRACO, BEM ALI NA DOBRANÇA DO RIO.
VIA A CABOCLA NO TRAPICHE, LÁ EM PÉ E APAIXONADA,
COM O NOVO VESTIDO DE CHITA, PARA COM ELE SE ENCONTRAR.
E DE TARDE, APÓS O ALMOÇO, COM AÇAÍ REFORÇADO,
SUA REDE ERA ESPICHADA NA VARANDA DO TUGÚRIO,
LINDOS SONHOS, ELE SONHAVA, EM TÃO GRANDE CALMARIA,
APRECIANDO AQUELA BRISA, QUE VINHA DA GUAJARÁ.
ANTES DA CHUVA CHEGAR, A CABOCLA LHE ACORDAVA
COM TAPIOCA E CAFÉ PARA A PREGUIÇA ESPANTAR,
DESATAVA A BALADEIRA, E UM CIGARRO PITAR.
NA BOQUINHA DA NOITE VENTA FORTE,
É SINAL QUE VAI CHOVER,
É SAÍDA DA LUA, NÃO TARDA A ESCURECER.
APÓS A ENXURRADA A LUA VEM BONITA
O BARRACO ILUMINAR COM SEUS RAIOS PRATEADOS,
PELAS FRESTAS A VAZAR,
A CABOCLA ENFEITADA, TA BONITA PRA DANAR,
ELE TODO ASSANHADO, TA DOIDINHO PRA AMAR,
A NOITE FOI PASSANDO, JÁ NÃO TARDA A CLAREAR,
OS CABOCLOS NAMORANDO APROVEITANDO O LUAR.