Da Chuva - II

Minha molhada companheira; parceira do meu caminho;

não me deixe correr sozinho nessa vida passageira!...

que passa-la inteira sem essas gotas do seu carinho,

e sentir chover só espinho sobre a alma-roseira!

Minha amiga molhada e que, tantos, a chamam chuva,

você me veste luva nessa alma já tão esfolada

pela rudeza da estrada que esconde tanta curva...

e quando ela se turva, seus beijos a deixam lavada!

Chova choro ou riso, que o importante é molhar!...

e no sorrir ou no chorar, da sua presença preciso

como um colírio liso pra aspereza do olhar

que se fere por enxergar esse mundo tão indeciso

que não sabe se lê o aviso ou se vai avisar :

que as águas não vão passar, antes que chova o Juizo!

30-05-2013

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 31/05/2013
Reeditado em 10/12/2015
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