Da Chuva - II
Minha molhada companheira; parceira do meu caminho;
não me deixe correr sozinho nessa vida passageira!...
que passa-la inteira sem essas gotas do seu carinho,
e sentir chover só espinho sobre a alma-roseira!
Minha amiga molhada e que, tantos, a chamam chuva,
você me veste luva nessa alma já tão esfolada
pela rudeza da estrada que esconde tanta curva...
e quando ela se turva, seus beijos a deixam lavada!
Chova choro ou riso, que o importante é molhar!...
e no sorrir ou no chorar, da sua presença preciso
como um colírio liso pra aspereza do olhar
que se fere por enxergar esse mundo tão indeciso
que não sabe se lê o aviso ou se vai avisar :
que as águas não vão passar, antes que chova o Juizo!
30-05-2013