vertigens

saber-me

que aos teus

olhos :

sou pasto

e devaneio

ao cerne do corpo

ao tempo

encadernado

nas brochuras das mãos

(abrir-me)

e da rua

no pedregulho do orgulho

eu me

tornei lonjura

e rio

e nele, dentro

da sua ânsia

no prego de seu vômito

eu me pus:

touro e escravo

arremessado

nas pedra

eu me alucinei

com os tapas das vertigens

saber-me

que aos teus

olhos :

medo e delírio

um vulto

espirro pirraça

abrir-me, então

cerne e corpo

ao tempo

tramado

e nele, dentro

da sua ânsia

Um prego na carne

eu me pus:

touro e pasto

caderno e escravo

e lá, no motor

das pedra

eu me alucinei

e de tanta vida que usei

eu todo me rasguei

drogado

com a beleza da vertigem