A FLOR MILAGROSA
Ó flor do deserto, da tépida areia,
uma anêmona que sobrevive assim,
na sequiosa terra do sem fim!
Quem é a boa mão que te semeia?
Resistes tanto assim ao vento forte,
Ao sol, que lancinante, te dardeia,
Também aos raios da lua cheia;
Resistes tudo, porém não a morte.
Quando te vi solitária e vermelha,
Fotografei tua imagem fabulosa
Como a miniatura de uma rosa,
Que é refletida e nela se espelha.
Guardei a tua imagem no meu peito,
A magia, o milagre de assim ver-te,
Na árida paisagem, como um flerte,
Por nunca ver milagre tão perfeito.
(YEHORAM)