Escuridão interior

Os olhos escuros são tudo o que vejo

O mundo não importa mais

No escuro sem fim deles eu viajo

Caindo em velocidade constante

Encharcado no mar de lágrimas

Gritando por atenção que não quero

Sou exatamente o que tento não ser

Mas o que fazer

Como mudar quando pareço não pertencer àquela realidade

Sou o perdido que não deveria existir

O coadjuvante que foi esquecido

Sendo lembrado somente pelos olhos, sempre negros

Que me visitam, velando-me o sono

Mantendo um laço que não entendo

Sangue jorra da minha boca

Minha força esvai-se, junto do líquido rubro

E la estão eles, fitando-me

Os olhos escuros, curiosos esperando minha reação

Apenas sorrio, pois sei que vieram me buscar