QUANDO CHORAS

Amor, quando tu choras,

choras e eu me irrito,

porque todas as horas

naquele mesmo rito,

nos sonhos que moras,

faz meu coração aflito.

Amor, não chores a toa,

é esta imaginação tua

que no pensamento vôa,

até ao mundo da lua.

Ela que vagueia e magoa

com sua linguagem nua,

que constante entoa,

como o sino que soa

no campanário escoa

a tua voz rude e crua.

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Já te odiei tanto um dia,

mas por ter muito te amado,

pois se assim não fora

não estaria apaixonado

e de ti já teria ido embora

sem hesitar, sem demora,

já teria esta página virado.

Mas ainda não esgotei,

o meu amor é longânimo

e me dá muito ânimo

é por isso que eu sei:

Me amas não me odeias,

me amas profundamente,

porque teu olhar não mente

pelo sangue em tuas veias

que corre nelas tão quente,

tão quente quanto as areias,

quanto as areias do deserto.

Mas meu peito está coberto

de raiva, de vontades,

e me faz sentir no hades,

por não querer ver a alva,

de só querer não ter existido

e nunca ter permitido

o coração amar de novo,

já sabendo o que vem atrás,

voltando para a casca do ovo,

perdendo outra vez a paz.

(yehoram)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 05/05/2013
Reeditado em 05/05/2013
Código do texto: T4274578
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