Funeral
Nestes anos que vivi a quantos
funerais de mim assisti.
Pedaços de uma vida ora bem,
ora mal vivida.
Ia deixando à beira da estrada.
Nem os enterrava, só um breve funeral
para exorcizar o mal.
Precisava de leveza, de ombros livres de
fardos pesados, de braços descansados.
De costas aprumadas, não envergadas.
Fardos sem nexo, sem valia, deixava-os ali,
seguia.
Ia ao encontro do que nunca encontrava.
De enterro em enterro sigo pela minha estrada,
que fica mais linda porque o ritual nunca finda.
Lita Moniz
Nestes anos que vivi a quantos
funerais de mim assisti.
Pedaços de uma vida ora bem,
ora mal vivida.
Ia deixando à beira da estrada.
Nem os enterrava, só um breve funeral
para exorcizar o mal.
Precisava de leveza, de ombros livres de
fardos pesados, de braços descansados.
De costas aprumadas, não envergadas.
Fardos sem nexo, sem valia, deixava-os ali,
seguia.
Ia ao encontro do que nunca encontrava.
De enterro em enterro sigo pela minha estrada,
que fica mais linda porque o ritual nunca finda.
Lita Moniz