Desertos de Sal


E o fogo de outros tempos
Queimava na memória,
As estepes rochosas
E os desertos de sal.

A crença, de construção espartana,
Criada quase por acidente
Sorria escandalosamente
Em um mundo de brumas.

As chamas insistentes e vorazes,
Perseveravam.
Ora extinguiam o ferro da existência,
Ora moldavam o ouro da alma.

Em meio a este mundo improvável
Os sonhos se dissipavam
E eram engolidos sistematicamente
Pela crueldade da ampulheta faminta.

No fim, não houve espera sem recompensa
Nem dor que não fosse silenciada
A vida quase sempre premia
Aqueles que são bons e aqueles que acreditam.






 
Edeni Mendes da Rocha
Enviado por Edeni Mendes da Rocha em 24/04/2013
Código do texto: T4257256
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