Pinceladas Poéticas

O contraste do carvão negro sobre o límpido tecido doem-me os olhos,

Mas mantenho-os abertos, na tentativa de garimpar a perfeição.

A pétala, avermelhada e gotejada de orvalho caída ao chão, inspiração.

Inicio minha obra, seleciono meu arco-íris.

Mesclo as cores, tons alaranjados deslizam sobre a tela.

Pinceladas inquietas para formas singelas, meu pincel pulsa.

O azul embate contra o amarelo, a paleta vibra.

Meus olhos já não doem mais.

Afasto-me, observo pacientemente, agora garimpo imperfeições.

Novas pinceladas, certeiras, corretivas, vivas.

Mais tinta, imprescindíveis detalhes, claridade.

Afasto-me, observo, repousa em meus lábios um satisfatório sorriso.

Assim termino e assino como um poeta assina a sua poesia.

O límpido tecido agora colorido.

Meus olhos doem de felicidade.

Fabiano Sorbara
Enviado por Fabiano Sorbara em 21/04/2013
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