Pinceladas Poéticas
O contraste do carvão negro sobre o límpido tecido doem-me os olhos,
Mas mantenho-os abertos, na tentativa de garimpar a perfeição.
A pétala, avermelhada e gotejada de orvalho caída ao chão, inspiração.
Inicio minha obra, seleciono meu arco-íris.
Mesclo as cores, tons alaranjados deslizam sobre a tela.
Pinceladas inquietas para formas singelas, meu pincel pulsa.
O azul embate contra o amarelo, a paleta vibra.
Meus olhos já não doem mais.
Afasto-me, observo pacientemente, agora garimpo imperfeições.
Novas pinceladas, certeiras, corretivas, vivas.
Mais tinta, imprescindíveis detalhes, claridade.
Afasto-me, observo, repousa em meus lábios um satisfatório sorriso.
Assim termino e assino como um poeta assina a sua poesia.
O límpido tecido agora colorido.
Meus olhos doem de felicidade.