Traga-me
Traga-me de volta o sabor do amarelo e o cheiro do azul
Traga-me mais uma vez o sorriso descontraído de dentro da alma
E mostre-me o descompasso de um peito aflito e eufórico
Traz em uma brisa ou um raio, mas traz para mim
Se doer que doa, se for amargo que seja
Sacode os confins da minha alma com um turbilhão de borboletas
De tal forma que as cores percam os sentidos e qualquer análise lógica não se sustente
Conte para mim algo novo, me assombre me assuste
Me mate mil vez mas nunca me deixe morto
Me traga um copo cheio de euforia com dois dedos de conforto
Mas não me deixe confortável, nem se quer que me deite
Me mantenha em pé, mesmo que a dor seja grande
Pois precisarei dos pés no chão quando tudo isso viver
Me descontrole, me desmancha, me reinventa mas não deixe que eu me torne outro
Simplesmente faça e não me pergunte.