EM MINHAS MÃOS...
Em minhas mãos quisera ter,
ainda que muito pequena,
uma nesga de Sol...
P’ra ficar mais serena,
p’ra alumiar meus tristes dias,
p’ra amornar minhas mãos frias
e talvez, fruir dum arrebol...
Em minhas mãos quisera reter
um punhado de estrelas
p’ra ornar minhas noites...
P’ra ofuscar sequelas,
p’ra cobrir a minha cama
que nem sequer me chama
e só me diz “não te afoites”!...
Em minhas mãos quisera deter
os muitos sonhos que faço fugir
e as emoções que quero rever!
Mas vou seguindo sempre a fingir
que o que tive não quero reaver...
Um meio p’ra martírio me infligir!...