algo existe

Não creio nisso,

creio mais no

não nisso:

nas vertigens que não

se cansam, nos desfiladeiros

de lembranças e na minha

infinita dificuldade em

fundar uma cidade nova.

na janela que mesmo

aberta, vaga outras

sombras e veios, contornando

seus batentes e seu vergões;

creio mais no invisível

do que no rosto que me fala

em matéria, pois sonhos

mortos e defuntados, não

se calam e não se vão,

perambulam e não caem;

entre o que vejo e o que sinto

pressinto que mais dos que

meus olhos, algo existe