parasita

faço a coisa velha

como se falasse a terra

nova, e me recomponho

do útero de teu olho;

tuas coxas me são inuteis

assim como tua ternura

inefável; busco na mulher

a perna perdida do saci

e a formiga estrangeira

que engoliu minhas palavras;

e faço da noite minha cisma

e desse quebrar de lingua,

e perdoo em versos, o sono

parasita...