das coisas que acordam

visto o tempo novo

como se veste uma roupa

nova, que gosta da pele

tempo verso de arqueiro

o tempo que não estão

nos livros, nem na boca

dos jornais, sequer fora

da janela, é tempo quevem

de dentro, tempo fundo

e de eterno, que me tapa

do frio, da náusea delirante,

que nele a cada instante,

outra dimensão se fabrica;

é o mesmo tempo do rio

do mar dos navegantes, dos

estados primitivos, quando

o homem era vivo, e não trazia

em sua cabeça, essa encascada

vileza, tempo de amor, tempo

de andar, de mirar para frente

de seguir, pisar na terra

e abraçar de novo a fonte

das coisas que acordam