No fim

Deixei de amar

Não por questão de reciprocidade alheia

Apenas por não ter aprendido

A corresponder a mim mesmo

Resolvi esquecer

Fui viver docemente a vida

Sentindo um pouco o gosto amargo ela

Impalatável até a alma

Meu espírito vil envelheceu

Vendo tudo planamente

Na minha mente que mente

Sobre certas coisas

Algumas verdadeiras mentiras

Outras mentiras verdadeiras

Ainda assim eu sentia

Um palpitar forte

Fui vendo minha família e amigos

Aos poucos silenciarem os seus conselhos

O tempo e o cansaço os levaram

Foi até bom

Estavam cheios de problemas

Carregar os meus seria um martírio

Na triste solidão percebi

Aquela coisinha aqui dentro

Capaz de tirar-me do estado reflexivo tão vago

No último badalar do relógio vi

O quanto eu era capaz de me amar

Magalhães da Silva
Enviado por Magalhães da Silva em 13/04/2013
Código do texto: T4238549
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.