quintessência
Estou bêbado
E meu canto
É feito de penúria
Queria ser o sol
Desses de primaveras
Desses sol infantil que
Nunca se apaga
Mas não sou, sequer
Um bom repertório
Sentinela
me lembra
O primeiro morto que vi,
Seu Domingos, pai de carmelita
Amiga de minha mãe...
Deitado, de paletó e gravata,
Fez a barba, mas deixou o bigode
Pra chegar ao seu destino
Com respeito
Castiçais gigante, de mais de metro
As velas acesas
Um cheiro de tristeza
Que dava vontade de vomitar
E o defunto deitado
Com ar de sério, de bem
Morto, respeitosamente
Morto, morto! Morto! Morto!
se é que há dignidade
Na morte,
o meu amor sentinela, vigiando,
Cuidando Definindo,
Os meus olhos são de
Uma severidade de dar medo
Morto de medo, como
O digno, anteriormente citado
Queria mesmo ser um filme
De guerra, algo que sou
Célebre, de virtuoso
Viciado em viver. Que beija
Garotas, várias, e meu coração
É tão frio e vaporado que amor
Me vem às enxurradas
Entretanto, sou mais morte que vida
Mais triste que alegria
Menos que mais.
Mais sono que chão
Se pelo menos eu fosse
um aparador decente, o rei
da minha casa,
o mais poderoso do meu quintal;
se ainda desse salto mortal
se fizesse tiroleza entre as
mangueiras
se tivesse ainda aquelas
alpercatas novas. Que mainha
me deu...
se eu me soubesse mais brasileiro,
Pisar no chão como direito
Uma Bahia dentro dos meus
Passos, rica e abraçada comigo
No meio da avenida paulista
Talvez, ...tudo isso é talvez
Ou Apenas bicho mesmo
Um simples bicho...
Desses que não pensa
Que não sabe da vida, da morte
Das dívidas, sem sonho ou futuro
Somente bicho na escravidão da luxúria;
Comendo lixo ou amando apenas por
Fome;
Sem espelho ou linguagem
Estômagos e tripas
E a dor dos excessos;
Porque bicho também é guloso