A escolha

Pela única fresta

que me deixaste

para respirar...

Uma a uma

as palavras pingam...

me batem,

me chicoteiam,

me xingam,

me invadem...

Violentam

meu último vestígio

de inocência!

Olho ao redor...

Vejo montanha!

Não posso escalá-la!

A dor é tamanha...

tamanho de montanha!

Vejo a corda

que deixaste jogada

para que eu escolha

entre escalar

ou me enforcar...

Teu maldito silêncio

me diz que tanto faz!

És navio, eu sou cais!

Lavas as mãos!

A escolha é minha, afinal!

Minhas mãos são calejadas...

Já secaram tanta água e sal...

Pois te digo...

Ainda respiro

Tenho vontades aladas

Encontro a porta

por onde vou passar

Não quero tua corda

Vou inventar asas

E voar...

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 11/04/2013
Código do texto: T4235704
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