Despertar
Estava dormindo
num sono infindo...
Despertei para o sonho!
Despenquei da realidade!
Entre o sublime e o medonho
me vesti de felicidade
para alçar a poesia,
Minha mais profunda verdade!
Em voos rasantes
de pássaro errante,
rasgando a própria alma...
Voo de borboleta calma,
em dança de passo incerto...
Desfiando versos,
escorrendo sumo,
que aos poucos me dilaceram...
Nunca mais eu durmo!
Não quero morrer
em meio a cristais de concreto
espalhados no chão
do meu viver
em que piso sem cautela...
A bela vira fera
e o chão acaba
encharcado de meu sangue...
Porque não sei perfurar o outro
Não aprendi a sangrar o outro...
Nem quero aprender!
Sei o que é doer!!!
Prefiro que a flecha
que sempre trago
pra me defender
transpasse a mim,
fazendo exalar
meu cheiro
em poesia.