Despertar

Estava dormindo

num sono infindo...

Despertei para o sonho!

Despenquei da realidade!

Entre o sublime e o medonho

me vesti de felicidade

para alçar a poesia,

Minha mais profunda verdade!

Em voos rasantes

de pássaro errante,

rasgando a própria alma...

Voo de borboleta calma,

em dança de passo incerto...

Desfiando versos,

escorrendo sumo,

que aos poucos me dilaceram...

Nunca mais eu durmo!

Não quero morrer

em meio a cristais de concreto

espalhados no chão

do meu viver

em que piso sem cautela...

A bela vira fera

e o chão acaba

encharcado de meu sangue...

Porque não sei perfurar o outro

Não aprendi a sangrar o outro...

Nem quero aprender!

Sei o que é doer!!!

Prefiro que a flecha

que sempre trago

pra me defender

transpasse a mim,

fazendo exalar

meu cheiro

em poesia.

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 10/04/2013
Código do texto: T4234011
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