Há o que tudo há
E não há o que dizer
Não há nada que seja pertinente
Não há o que viver
Não há nada de diferente
Sofrer é só sofrer
Puro e inconsciente
Apenas o eu e o meu querer
Apenas o que está ausente
Sentida ausência de ter
Aquilo que não é presente
Aquilo que não há de viver
Sentida ausência constante
Vou seguir, vou viver
Vou conviver com o vazio cortante
Vou viver o frio de não ver
Tudo que me deixa ciente
E o tempo há de levar embora essas fotos e recortes
Trará de volta minha sede de viver
Trará de volta o melancólico motivo de todos os cortes
Mas não trará de volta a cor do seu ser