Cadeira de balanço
Na varanda, o vento sopra suave, a cadeira vazia se balança.
Se balança, como se balançasse a alegria, que um dia já viveu ali.
Se balança, sentindo de volta as tardes de verão.
Quando uma manta jogada sobre ela, coloria a vida.
Cadeira de balanço, hoje se balança só...
Exposta ao tempo, ao vento, ao relento.
Numa tarde de longínqua de domingo, ainda se lembra.
Flores enfeitando a vida, perfume se exalando no ar.
Risos de crianças, musica alegre, gente chegando e saindo...
Ah! Quanto tempo faz que eu embalava a felicidade.
Que sabia o que era ser feliz...
Que eu sabia o que era companhia...
Hoje me sinto abandonada, triste e sozinha.
Vejo flores enfeitando os jardins, mas não ouço mais o riso das crianças.
Não vejo mais aquelas pessoas, que foram feito delas!
Será que estão assim como eu, abandonadas?
Tarde de domingo, o vento continua soprando delicado.
A cadeira se balança, como quem embala nos braços uma criança.
Mas hoje ela está só, as crianças já cresceram!
SP/03/2013