QUANDO ÁTROPOS SE APROXIMA...
E quando o fio da vida se corta,
sem aviso, sem despedida,
o que será qu’ ainda nos importa?
Aquilo ou aqueles que deixamos
sem esperança, sem guarida,
ou será que de nada nos queixamos?
Talvez, quando Átropos se aproxima
cruel, empunhando a tesoura fatal,
em descida, doce ou brutal, lá de cima,
até a sua simples presença seja letal!
Implacável,
cega e surda,
domina o insustentável...
Com sua vítima, já designada, ela acaba.
Nem vê que sobre alguém a dor desaba!
E quem a segue em silêncio, docilmente,
logo esquecerá o que teve e o que deixa?
Ou será apenas uma presa fácil, inocente,
que, obediente, se esvai sem uma queixa
e, sem recurso, já tudo aceita facilmente?!...