veneno...
enquanto esconde-se a tarde
entre as sombras deslocam-se
os olhos meus aos teus varais...
já não há entre os teus fios
palavras verdes em tons de mais
ou quase versos buscando cais
e aqueles nossos sóis
deitaram-se de costas, sem nós
adormeceram sem laços, sós...
nessa tua fuga em névoas
acinzentam-se minhas horas
suicidam-se minhas esperas
enquanto esconde-se a noite,
ao som das tuas facas, enveneno-me
no teu silêncio que fala e fala...