que estranhamente ainda
o céu que me banhava
a infãncia seria o mesmo,
que me banha maduro?
será eu acordado, ou será
que apenas troquei de
sonho e durmo num bosque
anuviado, num chão onde
o medo é ainda o estrado?
onde estão os outras sombras
que me faziam parecer existir,
e que na escuridão compartilhávamos
cegueira e desejo, dúvidas e lampejos?
será eu verdade ou apenas uma
alegoria, que estranhamente ainda
sente?
sou caverna ou será que me abri e
pus ao caminho dos sol?
se eu acordei o que farei
acordado sozinho, quando
a noite ainda parece tão
eterna e estática...
como ousei acordar nesse
mundo que dorme!