CÂMARA
Na garganta do tempo o expúrio lamento.
O neófito envolto ao manto das úmidas
paredes da câmara
contém o grito incontido da efemeridade...
A hermética redoma é cáustica
e guarda sob a pele as marcas do cinzel, do formão,
e os descalços pés sentem
o frio e ácido chão...
Neste labirinto selvagem,
dançam espéculos de imagens,
películas em dorida contemplação.
O tempo é insólita bagagem,
e a Lei
velada e latente.
Só a retícula acesa da mente/alma
sobre a mesa
queima e calcina o pó,
em câmara ardente!
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