PRELÚDIO DE UMA NOVA CANÇÃO
Amanhã, na alma o gosto de hortelã,
abraçarei a solidão no meu divã.
Depois, a luz do sol a me espiar,
como se fosse o coração estraçalhar.
De noite abraçar o vazio que ficou,
recolhendo as lembranças que deixou,
velando a esperança morta,
que me vigia da fresta da porta.
Se tanta harmonia de nada valeu,
não me retrato com um retrato meu,
jantar à luz de velas sob um temporal,
ou roupas estendidas no varal.
Pra que deixar um adeus na despedida,
dissimular num beijo sentimento,
se já me acostumei a ter a alma partida
pode partir sem ter constrangimento.
Saulo Campos - Itabira MG