PRELÚDIO DE UMA NOVA CANÇÃO

Amanhã, na alma o gosto de hortelã,

abraçarei a solidão no meu divã.

Depois, a luz do sol a me espiar,

como se fosse o coração estraçalhar.

De noite abraçar o vazio que ficou,

recolhendo as lembranças que deixou,

velando a esperança morta,

que me vigia da fresta da porta.

Se tanta harmonia de nada valeu,

não me retrato com um retrato meu,

jantar à luz de velas sob um temporal,

ou roupas estendidas no varal.

Pra que deixar um adeus na despedida,

dissimular num beijo sentimento,

se já me acostumei a ter a alma partida

pode partir sem ter constrangimento.

Saulo Campos - Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 02/03/2013
Código do texto: T4167036
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