O mar, o rio, a flor, o vento

 
 
 
H oje ela esteve  à beira do mar
Apenas a sua areia abraçou seus pés
com receio da bravura espumante
Tentou tocá-lo com as  mãos , e...
Ele enviou  uma avermelhada
E quente medusa, queimando-as
Teima vã... ela não sabe.
Dos presentes florais, do vidro cortante
Do lixo que deixam nele
E o mar nem sente.

 
Hoje  ele  esteve dentro da mata
Procurando um rio, preferência dela
Mas o rio  não permitiu que molhasse seu corpo
Em sua pele o  frescor  de suas águas não sentiu
De longe, o rio cintilava sob o sol
E barrento  ficou
Com  a inesperada chegada
Teima vã...
O rio tão majestoso  não sabe que ele procurava
A sereia que lá morava
E agora desencantou-se

 
Hoje , no final do dia
Procuraram ambos a flor, aquela
Que só abre à noite, raridade
E com seu perfume e exótica cor
Espalha olor por toda a cidade
Teima vã... vã procura
Distância curta entre ela , sedução,
Mas, ferida em suas pétalas, esquivou-se
E então,  voltaram ao ponto de partida
Somente a noite existia
Nem ele,nem ela,
nem o mar, nem o rio
nem a flor.
 

Só o vento a misturar e espalhar
Revolver e agitar
As  lembranças dela e dele