ALDEIA DOS MILAGRES
Sou semente em terra boa
esperando chuva para brotar.
Sou a cantiga que entoa
para que a semente possa germinar.
Sou o silêncio que acalma,
quando o sol dá alma à plantação.
Sou a mão que colhe o fruto,
mas que à todo custo semeia o grão.
Sou a boca que consome,
quando vem a fome aporrinhar,
a mesma que reza aflita
e agradece quando a terra dá.
Sou o que sonha e ara a terra
para alimentar sua ilusão,
O que reza e pede chuva,
e realiza o sonho de uma nação.
Sou o que enxerga a beleza
do por do sol e da lua cheia.
Sou eu que vejo o mundo inteiro
sendo minha aldeia.
Sou o lavrador anônimo,
que põe comida em sua mesa.
Sou um matuto que ama, cuida
e respeita a mãe natureza.
Saulo Campos- Itabira MG