Há um chamado silencioso
Há um chamado silencioso,
pulsando na mata que me rodeia.
Ninguém o percebe.
Eu não o compreendo
e nem o questiono
apenas sinto:
sinto-o no impulso dos meus pés descalços
tocarem a grama e a terra molhada;
sinto-o na necessidade de os meu olhos se repousarem
no manto verde que cobre as montanhas;
sinto-o no meu sonho de viver em comunidade e liberdade;
sinto-o nos pedidos do meu corpo,
de buscar a sintonia com sua natureza;
sinto-o nos meus pulmões,
que clamam pelo seu ar límpido e vital;
sinto-o nos olhos da minha filha
e em todo seu ser puro, que se realiza
em contato com o natural;
sinto-o no frescor das manhãs
que a brisa da mata traz até aqui;
sinto-o na urgência de estar no silêncio das árvores,
saboreando-o e deleitando-me em sua paz;
sinto-o no momento que escrevo sobre ele
nesta cidade cinza e injusta.
E sua voz se faz ainda mais alta em mim:
É tempo de voltar para casa!
21/02/2013