Há um chamado silencioso

Há um chamado silencioso,

pulsando na mata que me rodeia.

Ninguém o percebe.

Eu não o compreendo

e nem o questiono

apenas sinto:

sinto-o no impulso dos meus pés descalços

tocarem a grama e a terra molhada;

sinto-o na necessidade de os meu olhos se repousarem

no manto verde que cobre as montanhas;

sinto-o no meu sonho de viver em comunidade e liberdade;

sinto-o nos pedidos do meu corpo,

de buscar a sintonia com sua natureza;

sinto-o nos meus pulmões,

que clamam pelo seu ar límpido e vital;

sinto-o nos olhos da minha filha

e em todo seu ser puro, que se realiza

em contato com o natural;

sinto-o no frescor das manhãs

que a brisa da mata traz até aqui;

sinto-o na urgência de estar no silêncio das árvores,

saboreando-o e deleitando-me em sua paz;

sinto-o no momento que escrevo sobre ele

nesta cidade cinza e injusta.

E sua voz se faz ainda mais alta em mim:

É tempo de voltar para casa!

21/02/2013

Raquel Abes
Enviado por Raquel Abes em 24/02/2013
Código do texto: T4157980
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