Ventania

Ventania.

Voam árvores arrancadas,

A natureza estampada vítima de si mesma.

Vulnerável a nuvem,

Derretendo-se em prantos,

Molha o chão.

No meio do caos, da poeira levantada,

Seguem as máscaras com medo

de serem arrancadas.

As pessoas se escondem

em suas bolhas particulares.

O caos criado num momento qualquer,

Instabilidade, receio de perder

as conquistas materiais.

Olho para os lados,

por descaso sumi de você.

E os gritos mudos pro mundo surdo

Abandonam-me só,

Imitando o olhar fechado das nuvens,

Cego em meio ao pó que suja o ar,

Tudo opaco, pálido.

Vão-se os braços dos abraços,

Vão-se os lábios de sorrisos,

Vão-se as pernas impotentes

sem ter pra onde correr.

Permanece o coração, pulsando até o fim.

É só que restou de mim.

Vai-se a chuva, o vento,

Vem o sol, uma luz estonteante.

Oh não! Oh não!

Pega-me, desprevinida, a sofrer.

Tati Dalat
Enviado por Tati Dalat em 24/02/2013
Código do texto: T4156973
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