Quando ao sol expôs sua fome
Quando ao sol expôs sua fome
E os bichos que lhe eram ditames
O poeta, antes triste , vestiu-se
De outra roupa, que não fosse
Sufocante...
Passou-lhe pela cabeça, mil anos de solidão
Pisou em outro solo , de comida e perdão
Colou em suas paredes, cores mais amigas
Que nos seus poros se alinhou e lhe mostrou
uma narrativa, uma mais alegre,
que lhe falava da vida.
O poeta dançou um samba, desses de crioulo doido
Beijou uma rapariga, aquela de seus sonhos,
E foi sapateando, pelas ruas da infância e notou
Que tudo ali era nódoa e desconfiança, saltou
Esse muro e perdeu-se numa dança...
O poeta corre, o poeta ama
o poeta sente, o poeta descansa