abrigo

se a noite me persegue

e eu, impotente, não lhe

aguento, vou-me em direção

a loucura: a artificialidade

do pensamento; que mesmo

sendo lógico, não entende

o firmamento...

e crio para me proteger

toda sorte de mentira,

explicações empobrecidas

para esse processo que é

a vida, que cabe tudo

que existe, e se a gente

não suporta algo, damos-lhe

nomes sem sentido,

e assim perdemos força

nessas viagens impossíveis

evitamos o presente, que

é feito de abismo, e nadamos

para o raso, imaginando-o

seguro: um abrigo

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 20/02/2013
Reeditado em 20/02/2013
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